A aula de teatro do Projeto Oficinas, da Prefeitura de Balneário Camboriú, está descobrindo talentos. Um deles é Luiza Santos Eduardo, de 10 anos, que participou neste mês das gravações do curta-metragem “Asfixia”, filmado na cidade. A garota, que estuda no NEI Giovania de Almeida, no Estaleirinho, foi selecionada entre as crianças do projeto para interpretar uma personagem chamada de “guria”, sobrinha do dono de um bar frequentado por um pescador solitário vivenciado pelo protagonista, o ator Jackson Antunes que fez diversas novelas da Rede Globo.

Luiza que se matriculou inicialmente nas aulas de jazz acabou optando pelo teatro desde o início do ano. E já no primeiro contato com o mundo dos palcos se destacou para esse trabalho. “Nossa, nem imaginava que seria eu. Quando fiquei sabendo que fui escolhida levei um susto. Fiquei muito alegre, mas estava torcendo pela minha irmã, tinha esperança que fosse ela a escolhida”, conta a aluna. A irmã de Luiza, Rânia Eduardo de 12 anos, estava entre as cinco crianças selecionadas para o teste final.

Como a história do filme se passa em um cenário de praias, a produção do curta-metragem buscou atores mirins que tivessem proximidade com pescadores locais para as gravações. De acordo com a produtora-executiva, Dagma Castro, que também é membro do Conselho Municipal de Cultura, os diretores assistiram anonimamente as aulas de teatro do Projeto Oficinas, para que de forma natural as crianças mostrassem o seu talento. Em uma segunda etapa, elas foram convidadas a participar dos testes para a escolha de quem interpretaria o personagem do filme. “O objetivo de selecionar uma criança do projeto, além de valorizar o trabalho realizado pelo município, estimula outras crianças a estar no meio artístico criando oportunidades. E a Luiza quando foi levada para a construção do personagem mostrou que sabia muita coisa. Ela é uma apaixonada pelo cinema”, se orgulha a produtora.

A história do curta se passa no Bairro da Barra e na Praia do Estaleiro. Terá imagens da cidade de Balneário Camboriú e da pesca da tainha. Luiza, que sonha em ser atriz e depois diretora de filme, conta que foi fácil decorar o texto para as gravações e que também se divertiu com o elenco. “Na hora de gravar eu não errei nenhuma vez, mas nos ensaios eu errava porque ficava rindo muito”, brinca a menina.

Ela participa duas vezes por semana das aulas de teatro na própria escola. Lá são desenvolvidas dinâmicas em grupos e ensaios de peças com interpretações de personagens entre os alunos. A professora de teatro do Projeto Oficinas, Rita Duarte, que ministra as aulas nos polos da Barra e Estaleirinho explica que a aluna se encaixou tanto nas características físicas quanto no perfil psicológico para viver o personagem. “A escolha da Luiza foi uma solicitação dos diretores do filme que buscavam uma criança com características e atitudes específicas dessa região de praias e inserida no mundo da pesca”, falou a professora.

O curta-metragem “Asfixia” é patrocinado pela Lei Municipal de Incentivo e Fomento à Cultura (LIC) do Município, com direção Lay Venancio, que desenvolveu a premissa do filme, e Rafael Sylos, autor do roteiro. Rafael conta que o personagem foi desenvolvido meses antes das gravações com base na observação das crianças na localidade e depois conhecendo os participantes do projeto Oficinas “Nesse processo fomos adicionando algumas características no perfil do personagem e depois no texto que fizemos para a Luiza. Passamos para ela várias informações que não aparecem no filme mas que serviram para ela absorver a essência da personagem guria”, explica do diretor.

Sinopse

Gervásio é um pescador humilde e taciturno que passa a maior parte dos dias sozinho em sua cabana à beira-mar, situada em uma pequena vila. Ele tem o hábito de conferir o celular compulsivamente, esperando uma ligação da filha Rebeca, com quem brigou. À medida que a incomunicabilidade entre os dois se estende, Gervásio desenvolve uma tosse crônica, que parece se agravar quando os dois têm uma rara e superficial conversa por telefone. Assim como os peixes, que se rendem à morte depois de serem retirados do oceano, o pescador parece sufocar no vácuo de suas próprias palavras não ditas.

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Fonte: Fundação Cultural de Balneário Camboriú

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